sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Stress, a doença do século ou uma doença moderna?

Cátia Santos
Psicóloga / Formadora

O stress é um mecanismo que mobiliza todas as reservas do organismo humano, para proporcionar as energias extras de que necessitamos para enfrentar as dificuldades a que estamos sujeitos. O stress não é uma palavra negativa e, mesmo que o termo seja relativamente moderno, o conceito é tão velho como a existência do Homem na Terra. Sempre existiram mecanismos de defesa contra os problemas ou dificuldades da vida. É a capacidade que o indivíduo tem de reagir a certas agressões que faz com que o stress seja algo positivo, ou seja, um estímulo que estimula o indivíduo a superar as coisas de forma positiva; ou negativo, isto é, quando se encontra numa encruzilhada e o seu organismo bloqueia ao sentir-se ameaçado.

O stress é um estado específico que se caracteriza por uma série de mudanças no equilíbrio biológico ou psicológico de um indivíduo e que causam uma sensação de perigo iminente.
Para além dos sintomas físicos (cefaleias, cansaço, sonolência, enjoos, diarreia), comportamentais (agitação, adiar tarefas, dificuldade em cumprir prazos, ansiedade, constante preocupação, dificuldade de memória), e emocionais (choro, irritabilidade, tristeza, depressão, baixa auto-estima) que o stress acarreta, há cada vez mais estudos que correlacionam o stress com os problemas de saúde, como a depressão, hipertensão, ataques cardíacos, etc.

Existem também as pressões internas no indivíduo que podem ser de origem biológica (infecções, dores, traumas físicos e outras doenças) ou psicológica (medo, frustrações, luto) e as externas estão geralmente relacionadas com situações sociais e económicas.
Perante uma situação de stress, o corpo reage, produzindo hormonas, alterando a pressão arterial e o ritmo cardíaco.

No entanto, o stress pode ser útil até um certo nível, porque faz com que o organismo fique mais atento e preparado para os desafios do meio ambiente. Contudo, acima de um determinado nível o indivíduo torna-se incapaz de se adaptar aos acontecimentos ocorridos, para além da excitação excessiva do sistema nervoso.

Mas será que podemos ainda assim considerar o stress como uma doença?
O stress não é por si só uma doença médica, pois não satisfaz critérios básicos exigidos para isso. Porém, pode ser, a reacção do indivíduo ao início de uma doença ("stress" como resposta), como a situação desencadeadora de uma doença ("stress" com estímulo). Algumas doenças são famosas por terem o seu início ou agravamento associado ao stress. Um exemplo desse tipo de doença é a asma, muitas vezes relacionada a um stress emocional que antecede as crises. Outros exemplos desse tipo são: a úlcera, a impotência, a infertilidade, a rinite alérgica, os quadros dermatológicos, Etc.

Cada um de nós pode escolher várias formas saudáveis e positivas para lidar com o stress. Em que o exercício físico, o convívio com amigos, umas férias, ou mesmo psicoterapia, servem como “técnicas” para não desenvolver stress ou mesmo fazer com que este se dissipe. Não esquecer que ter hobbies que nos dão prazer e mesmo o sentido de humor, são contributos bastantes positivos.

O que também é importante para a redução do stress é a aprendizagem de técnicas de relaxamento, que levam à diminuição da tensão arterial. Outra técnica é aprender a respiração abdominal, que promove o relaxamento: respirar na barriga, de forma lenta e pausada, de maneira a que o peito fique imóvel. Ouvir música e ter uma imaginação de serenidade também é uma forma de relaxamento.

Em suma, apesar de que para algumas pessoas lidar com situações de stress excessivo possa não ser difícil, outras haverá que necessitam de uma ajuda profissional por forma a que o seu sofrimento seja atenuado. A psicoterapia tem, nestes casos, um papel fundamental.

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