quinta-feira, 9 de junho de 2011

Curso de especialização em RORSCHACH (Teste de personalidade e funcionamento emocional)


Destinatários: Psicólogos, Psicoterapeutas, Finalistas de Psicologia.

Objectivos:
No âmbito da profissionalização em avaliação psicológica, visamos a formação especializada de profissionais de Psicologia, dotando-os de competências teórico-práticas na utilização e interpretação do Teste de Rorschach no Sistema Interpretativo de John Exner. Esta formação aborda todos os passos da utilização deste teste, incluindo a última actualização existente ao nível da codificação e interpretação: a de 2001/2003.

Procuramos especializar os formandos neste que é um dos instrumentos de avaliação psicológica mais utilizados a nível mundial. Assim, pretende-se que o formando domine este instrumento de trabalho que só trará benefícios no exercício da sua prática profissional.

Aplicar, codificar e interpretar correctamente o Rorschach é fundamental para uma intervenção mais ajustada às necessidades do paciente. Logo, este curso visa o aperfeiçoamento na técnica de aplicação do teste; o ajustamento na codificação; o olhar clínico na interpretação e a devolução dos resultados ao paciente.

Metodologia:
Exposição e análise teórico-prática com apresentação e exploração de casos práticos, resolução de exercícios e exploração de protocolos de casos reais.
Os alunos também poderão apresentar os seus próprios protocolos para exploração e esclarecimento de dúvidas.

Formadora:
Dra. Sílvia Silva – Psicóloga Clínica, Ludoterapeuta, Psicoterapeuta e Neuropsicóloga.
* Certificada pela APA-American Psychological Association, através do Rorschach Training Program;
Membro da "International Society of the Rorschach and Projective methods" e Delegada dos seus Membros Individuais Internacionais;
Membro da APA - American Psychological Association;
Membro da APA (Division 12) - Society of Clinical Psychology
Membro da SPA - Society for Personality Assessment
Membro da SPP - Sociedade Portuguesa de Psicologia
Membro da SPPC - Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica
Membro Efectivo da Ordem dos Psicólogos
Pós-graduada em Consulta Psicológica, Psicoterapia e Avaliação Psicológica;
Pós-graduada em Neuropsicologia Clínica;
Doutoranda em Psicologia na Universidade da Extremadura, no âmbito do "Desenvolvimento e Intervenção Psicológica".

Conteúdos:
  • Contextualização e evolução histórica do teste de Rorschach,
  • O Setting apropriado,
  • As questões éticas e deontológicas,
  • Os procedimentos na aplicação do teste de Rorschach,
  • As variáveis envolvidas,
  • Codificação das respostas pelo Sistema Interpretativo de John Exner,
  • Elaboração do sumário estrutural,
  • Interpretação dos dados obtidos,
  • Elaboração do respectivo relatório,
  • Devolução dos resultados,
  • Integração dos resultados no âmbito da bateria de testes aplicada,
  • Avaliação contínua de casos práticos através de supervisão.
Material:
Em cada aula será entregue material de apoio pertinente para a aprendizagem em curso.

Duração:
Total de 37 horas, em aulas semanais de 7h30 cada.

Datas:
25 de Junho, 2, 9, 29 e 30 de Julho de 2011
Para Actualização:
5 e 6 de Agosto de 2010

Horário:
Das 9h30 às 13h00 e das 14h00 às 18h00
Inscrições Limitadas:
25 Formandos por turma

Preços:

Até 20 de Junho - Curso Completo
Profissionais: 530€
Estudantes: 490€

Até 20 de Junho - Só Actualização
Profissionais e Estudantes: 300€
Após 20 de Junho estes valores serão acrescido de 50€

Os colegas que pretendam inscrever-se apenas nas aulas de actualização também poderão fazê-lo desde já.

A participação apenas nas aulas de actualização implica um conhecimento prévio da utilização, codificação e interpretação do Rorschach.

Pagamento:
Faça o pagamento em simultâneo com a sua inscrição. Esta só será válida após o mesmo.
O pagamento da formação terá de ser efectuado, na sua totalidade, antes do seu início.
A vaga só ficará garantida após o respectivo pagamento.

Formas de Pagamento:
Transferência bancária
NIB: 0079 0000 4129 1359 1017 1 - Banco Português de Negócios
Por favor envie o comprovativo da mesma por email para geral@ipsys.pt

Cheque
À ordem de IPSY's - Instituto de Psicologia e Neuropsicologia
Deve enviar o cheque junto com a sua inscrição por correio para a morada abaixo indicada.

Vale postal
Para IPSY's - Instituto de Psicologia e Neuropsicologia
Av. 22 de Maio, nº 24, 1º Andar - Sala 12
Nova Leiria
2415-396 Leiria.

Certificado:
Será entregue um certificado de participação do final do curso, desde que o formando frequente, pelo menos, 90% das aulas, uma vez que se trata de formação presencial.

Documentos comprovativos de Habilitações:
Fotocópia do BI,
Fotocópia do Certificado de Habilitações ou da cédula profissional,
Declaração de frequência do último ano da licenciatura ou cartão de estudante.

Local de realização:
IPSY's - Instituto de Psicologia e Neuropsicologia
Av. 22 de Maio, nº 24, 1º Andar – Sala 12 – Nova Leiria (Leiria)
Em caso de desistência, só haverá lugar a reembolso quando for comunicada até 8 dias antes da realização da formação.
No caso de não atingir o número mínimo de participantes, este curso poderá sofrer alteração de datas ou, eventualmente, ser cancelado. Contudo, se assim for, fica salvaguardada a devolução de todos os valores de inscrição recebidos pelo IPSY's.

Nota:
Tendo em conta que todas as inscrições recebidas implicam custos de gestão das mesmas para o IPSY's, solicitamos que adopte uma postura responsável no momento em que decidir inscrever-se em alguma das nossas formações ou worshops. Isto é, inscreva-se apenas se realmente pretender frequentar a acção de formação em causa (formação, worshop ou sessão temática).
Agradecemos desde já o seu contributo para a prestação de um serviço de qualidade.

















 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Agora também estamos Abertos ao Sábado!

Uma das últimas NOVIDADES no IPSY's:

Porque, por vezes, durante a semana as solicitações são tantas, e nem sempre se tem tempo para poder cuidar de si próprio(a) ou dos seus, o IPSY's acaba de criar mais uma forma de estar mais disponível para si.
Por isso, agora ESTAMOS ABERTOS AOS SÁBADOS!

Se não tem tempo para marcar a sua consulta durante a semana, tem agora a oportunidade de a marcar ao sábado.

Esperamos com esta iniciativa poder contribuir para facilitar a sua organização, para que possa, assim, cuidar da sua saúde mental.

Para saber qual a disponibilidade de horários para o sábado sugerimos que nos possa contactar através das seguintes formas:

Tel: 244 837 125
Telm: 966 914 359
Email: marcacao@ipsys.pt
site: www.ipsys.pt

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Bolsas IPSY's


As Bolsas IPSY's surgem num contexto de ajuda social e de responsabilidade social, afim de permitir o acesso às consultas de psicologia a quem, neste momento sócio-económico difícil, se encontra em situação precária, nomeadamente no desemprego ou num momento de carência financeira extrema.
Porque entendemos que todos têm o direito de usufruir de uma ajuda profissional de qualidade nos cuidados de saúde, especialmente ao nível do apoio psicológico, a equipa de técnicos do IPSY's disponibiliza-se a contribuir para minimizar estas situações de carência temporária criando as Bolsas IPSY's. Assim, nestes casos, adequamos o valor das consultas à dificuldade apresentada.
Tendo em conta o esforço desta equipa técnica para este contributo, haverá, para o atendimento nestas situações, um número limitado de pacientes a usufruirem deste serviço em simultâneo.

As Bolsas IPSY's terão de ser aprovadas mediante a análise da situação de cada paciente.

Consulte as condições de acesso às Bolsas IPSY's.

As várias Bolsas IPSY's que disponibilizamos em função da situação são:
- A Bolsa IPSY's Care
- A Bolsa IPSY's Família
- A Bolsa IPSY's Académica
- A Bolsa IPSY's Social
- A Bolsa IPSY's Desempregado
- A Bolsa IPSY's Sénior
- A Bolsa IPSY's Solidariedade

Se este é o seu caso, fale connosco.
O seu bem-estar emocional é uma prioridade!

Se, por acaso, chegou até esta página e ficou sensibilizado com as necessidades destas pessoas e quer ajudar, o seu contributo será sempre muito bem vindo!

Caso possa ajudar, seja SOLIDÁRIO com esta causa e contribua com o seu donativo para que as Bolsas IPSY's tenham cada vez mais condições de beneficiar mais pessoas carenciadas. Para saber como contribuir com o seu donativo para esta causa clique aqui.

Para nos contactar:
Email: geral@ipsys.pt
Tel: 244 837125
Telm: 966 914 359
Nota: As situações acima expostas carecem de comprovativo da carência económica.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Rastreio Psicológico GRATUITO!


A saúde mental é um aspecto da sua vida que não pode ser negligenciado.

E, há momentos na vida em que lhe devemos dar particular atenção: o contexto actual, sócio-económico, é um desses momentos.
Por isso mesmo, o IPSY's vem contribuir para o/a apoiar nestes momentos mais delicados.

Para isso, disponibilizamos, a partir de agora, uma forma de o/a ajudar a saber se está no limite da sua capacidade de resistência, se manifesta algum desajuste afectivo e, que tipo de apoio psicológico mais se adequa às suas necessidades:

O Rastreio Psicológico GRATUITO!

Este Rastreio permite-lhe, assim, fazer um despiste breve e fidedigno do seu estado emocional actual, orientando-o/a na decisão de realizar uma intervenção no âmbito de um acompanhamento psicológico ou psicoterapia.
 
Este serviço decorre no IPSY's durante a 1ª semana de cada mês, todos os meses, sendo realizado por profissionais atentos, experientes e especializados na área da Psicologia Clínica. Disponibilizamos ainda horários flexíveis para que se possam enquadrar na sua agenda.
  
Ligue-nos agora e Marque a sua Sessão hoje mesmo para um Rastreio Psicológico GRATUITO!
Não deixe arrastar as suas dificuldades em lidar com os problemas.
Actue atempadamente!
Deixe-nos ajudar!

Para nos contactar:
   Email: geral@ipsys.pt
   Tel: 244 837125
   Telm: 966 914 359
   www.ipsys.pt

sábado, 16 de abril de 2011

Dificuldades de aprendizagem e relacionamento

Elisabete Condesso
Psicóloga Clínica / Psicoterapeuta / Ludoterapeuta / Formadora





Hoje em dia, as dificuldades de aprendizagem e relacionamento da criança constituem uma das maiores preocupações dos pais, escolas e entidades públicas em geral. Todos os intervenientes no processo educativo da criança, especialmente as escolas, passaram a ter uma maior preocupação de intervenção, visando resolver ou atenuar, sobretudo, os problemas associados ao fracasso escolar.  Esta situação tem que ser obrigatoriamente vista no contexto da nossa sociedade em constante transformação, quer na dinâmica familiar, quer nas mudanças de costumes e valores familiares, e que têm interferido no estilo educativos dos pais, escolas e nas suas relações familiares e interpessoais. É neste cenário que as escolas devem procurar uma maior integração família-escola, e reconhecer que algumas crianças não obtêm desempenho académico satisfatório devido à interferência de variáveis afectivas e comportamentais. Também é de suma importância propor mudanças aos pais, alertando-os quanto à necessidade de haver comunicação e relações interpessoais saudáveis no âmbito familiar para a formação de crianças competentes para a vida pessoal e profissional no futuro.

Há períodos da vida, chamados períodos sensíveis, em que determinadas influências são de maior impacto para o desenvolvimento da criança. O processo inicial de escolarização pode ser considerado um período sensível para a trajectória do desempenho escolar. Os dois maiores desafios da socialização, enfrentados pela criança em idade escolar, consistem em se ajustar às exigências do professor e em responder às expectativas dos colegas. Se a criança falhar nesses desafios, pode ter, como consequência, o risco de fracasso escolar e de rejeição pelos colegas, como ainda o desenvolvimento de outros padrões de comportamentos problemáticos.

O desempenho escolar constitui uma condição de protecção ou de vulnerabilidade da criança e posterior desenvolvimento da mesma. O bom desempenho académico favorece a valorização da criança pelos adultos, bem como promove a superação de dificuldades e o seu empenho em projectos de vida que busquem a auto-realização. Por outro lado, o baixo desempenho escolar acentua as dificuldades e as vivências de sentimentos negativos, acarretando outras dificuldades comportamentais e emocionais e gerando uma sensação de não cumprimento das suas tarefas sociais referentes à escolarização.

Factores associados à competência académica

Estudos diversos comprovaram que os factores associados à competência académica são o género, o nível socioeconómico, os aspectos cognitivos e o desenvolvimento social da criança. Quanto ao género, esses estudos concluíram que as meninas possuíam melhor desempenho académico que os meninos. Os alunos com maior nível socioeconómico possuíam melhores competência académica. No que se refere aos aspectos cognitivos, observaram que alunos de escola particular apresentavam melhor desempenho do que os de escola pública em teste de inteligência (medida pela WISC). Do lado do desenvolvimento social da criança, vários factores articulam-se para produzir o fracasso escolar. Entre tais factores incluem-se as dificuldades nas interacções sociais - um conjunto bem elaborado de habilidades sociais, na idade pré-escolar, está associado a um maior sucesso escolar posterior, ou, em caso contrário, um conjunto inicial pobre dessas mesmas habilidades permite prever dificuldades na adaptação e rendimento escolar.


Competências sociais


A competência social qualifica a capacidade do desempenho social e refere-se à capacidade do indivíduo de organizar pensamentos, sentimentos e acções em função dos seus objectivos e valores, articulando-os às necessidades imediatas do ambiente que o rodeia. Esta capacidade envolve um conjunto de habilidades complexas, incluindo entre outras, as de fazer perguntas, lidar com críticas, seguir regras, solicitar mudanças de comportamento e resolver situações interpessoais conflituosas. As habilidades sociais da criança, mais frequentemente enfatizadas e valorizadas nos estudos internacionais dos últimos anos, podem ser agrupadas em cinco conjuntos de comportamentos: 1. Relação com os companheiros (cumprimentar, elogiar, oferecer ajuda ou assistência) convidar para jogo de interacção), 2. Autocontrolo (controlar o humor, seguir regras, respeitar limites), 3. Habilidades sociais académicas (envolver-se na tarefa realizá-la de forma independente, seguir instruções), 4. Ajustamento (seguir regras e comportar-se de acordo com o esperado), e 5. Asserção (iniciar conversação, aceitar elogios, fazer convites).

A competência social é adquirida por meio do processo de aprendizagem. Desenvolve-se desde a infância - este é considerado como um período crítico para a aprendizagem dessa competência - o que coloca em destaque a necessidade de focalizar a atenção para o desenvolvimento das habilidades sociais de crianças durante esse período. Na aquisição dessas habilidades sociais é importante o papel da rede de relações que inclui a escola, a família e a própria criança, num contexto socioeconómico.

Queixas escolares

É frequente surgirem nessa rede de relações os “problemas escolares” ou “ problemas de comportamento” e de aprendizagem, denominados pelos psicólogos de “queixas escolares”, devido a tais dificuldades ocasionarem solicitações de encaminhamento dos professores e coordenadores pedagógicos para os profissionais de psicologia. Tais dificuldades podem referir-se tanto ao comportamento quanto ao rendimento dos alunos no processo ensino-aprendizagem, tais como dificuldades de aprendizagem, problemas de comportamento, delinquência, ausência e/ou negligência de participação dos pais, etc.

Quando a criança é portadora de um transtorno específico, a forma com que a família reage perante as dificuldades poderá agravar ou ajudar a sua recuperação. Os pais devem ser capazes de promover comportamentos mais adaptativos e maior progresso da criança na aprendizagem escolar ao adoptarem algumas condutas, como organização do ambiente físico e de horários de estudo, estabelecimento de rotinas de vida, apoio às actividades escolares, fornecimento dos recursos e instrumentos para estudar, disponibilizar diversidade de informações, disciplina, comunicação e relacionamento social e familiar.

A família diante das queixas escolares

Pode-se descrever dois padrões antagónicos de família em relação à acção familiar visando o desempenho escolar: a família “pró-saber” e a familiar “anti-saber”. A primeira, a familiar “pró-saber” favorece um clima agradável e estimulante para a busca do conhecimento; a segunda, a família “anti-saber”, promove valores que visam apenas o cumprimento das tarefas e a obtenção de notas. A família “pro-saber” propicia a curiosidade nos seus filhos, desde pequenos, valorizando e criando situações para que eles explorem em seu redor. Na sua rotina e decisões, é uma família que sempre valoriza e respeita as actividades relacionadas com a vida escolar dos filhos. A família “anti-saber”, por sua vez, ou se preocupa excessivamente com as notas dos filhos, valorizando apenas o produto final, ou demonstra, por várias atitudes e decisões, que a busca de conhecimento não é prioridade no contexto familiar.

Outro aspecto importante prende-se com a coesão do grupo familiar. É importante que os pais estabeleçam limites para os filhos e que aja união entre os pais. Os pais precisam conhecer e aceitar abertamente o problema do seu filho, sem generalizar estas dificuldades a todo o comportamento da criança. Devem fornecer um suporte que diminua o efeito do fracasso e para que se desenvolvam outras habilidades, de maneira que a sua imagem pessoal não dependa exclusivamente da escola.

Formação de habilidades sociais para pais

A aquisição das competências sociais ocorre em contexto natural sem recurso a formação formal, isto, no relacionamento entre pais e filhos, irmãos, colegas de escola, amigos, cônjuges. Frequentemente, neste processo de aprendizagem, ocorrem falhas relevantes na aquisição das habilidades sociais. A escola deve assumir um papel mais activo nessa aprendizagem por meio de programas de formação, planeados de forma articulada ou paralela aos objectivos académicos.

A formação de pais pode ser definida como um enfoque para o tratamento dos problemas infantis que utilizará procedimentos por meio dos quais se forma os pais a modificar o comportamento dos seus filhos em casa. A trajectória de actuação em psicologia clínica comportamental demonstra a importância de incluir os pais no atendimento de crianças. É possível verificar a importância da participação dos pais no atendimento das crianças com dificuldades de aprendizagem quanto à eficácia e durabilidade das modificações, ou seja, quando os pais participam activamente, os objectivos terapêuticos são melhor atingidos.

Estudos têm mostrado que, ao se habilitar pais a ensinarem comportamentos adequados e a modificarem comportamentos inadequados dos seus filhos, a família adquire inúmeros benefícios: 1) diminuição da ansiedade e dos sentimentos de frustração, aumento da autoconfiança, diminuição do nível de stress familiar; 2) interacção de modo mais positivo com o filho; 3) melhora na percepção dos pais quanto ao potencial e ao prognóstico do filho; 4) melhora da vida social familiar.

Esta intervenção ao plano formativo pode modelar práticas socialmente habilidosas, no sentido de apoiar o impacto positivo da comunicação, da expressão de afecto e de opiniões, da consistência e da participação de ambos os progenitores na educação dos filhos. os programas de suporte às famílias para desenvolver habilidades sociais podem ser de grande ajuda para atenuar o risco associado a ambientes pouco apoiados e a experiencias de fracasso escolar.

Habilidades sociais dos pais e a sua relação com a aprendizagem dos filhos

Há evidências consistentes de que o comportamento anti-social na adolescência e vida adulta tem como precedentes práticas educativas parentais deficientes quanto à disciplina e à monitorização, fracasso académico e rejeição entre pares. Neste sentido, uma intervenção em prevenção secundária juntamente a pais de crianças com dificuldades de aprendizagem para desenvolver habilidades sociais educativas poderia prevenir possíveis complicações na adolescência e vida adulta dessas crianças.

Fica evidente a necessidade de haver um maior empenho na descrição da elaboração de programas que facilitem aos pais, às escolas e aos órgãos públicos competentes o acesso ao conhecimentos de habilidades educativas eficazes para criar e manter um repertório de comportamentos adequados e ajudar o desenvolvimento de habilidades académicas e sociais nas crianças pode contribuir para ampliar as possibilidades de intervenções comunitárias visando atender às necessidades daqueles que possam usufruir seus benefícios.

Educação - Obrigação ou Vocação?

Patrícia Gaspar
Psicóloga Clínica / Psicoterapeuta / Ludoterapeuta / Formadora



Com muita facilidade ouvimos dizer “não tenho tempo”, “quem me dera poder ter tempo para…”, “a vida é uma correria, é o trabalho, a casa, quase não tenho tempo para os meus filhos”. Preocupa-nos a quantidade de tempo, mas será que não nos deveria importar mais a qualidade de tempo, sobretudo o tempo de qualidade que os pais passam com os seus filhos? Sendo que esta qualidade passa por estar numa relação afectiva válida, através da qual os pais promovem aos seus filhos um desenvolvimento saudável físico, cognitivo, emocional, psicológico, permitindo-lhes serem crianças ou adolescentes. Mas como é possível ter uma relação afectiva válida? É necessário que os pais ouçam os seus filhos, que os compreendam, que entrem no seu mundo e que partilhem, façam com eles. Que pais e filhos se permitam a uma relação próxima, de intimidade, onde haja empatia, confiança e segurança.

A taxa de natalidade tende a diminuir em Portugal, ora porque os jovens estudam até mais tarde, prolongando a sua estadia em casa dos pais e constituindo família mais tarde, optando por ter apenas um filho, ora porque a situação económico-social difícil que se atravessa no nosso país não transmite segurança para que se possam ter grandes famílias. Enfim, existe uma série de razões. Mas aqui a questão que se coloca é a seguinte: educar um filho é uma obrigação? Ou será antes uma vocação? Por vezes, ouvimos mulheres dizerem que são mães porque a sociedade lhes exige que o sejam. Serão então mães por obrigação? Outras há que sendo mães abdicam de uma carreira profissional para se dedicarem a tempo inteiro à maternidade. Serão mães por vocação?
Com muita facilidade ouvimos dizer “não tenho tempo”, “quem me dera poder ter tempo para…”, “a vida é uma correria, é o trabalho, a casa, quase não tenho tempo para os meus filhos”. Preocupa-nos a quantidade de tempo, mas será que não nos deveria importar mais a qualidade de tempo, sobretudo o tempo de qualidade que os pais passam com os seus filhos? Sendo que esta qualidade passa por estar numa relação afectiva válida, através da qual os pais promovem aos seus filhos um desenvolvimento saudável físico, cognitivo, emocional, psicológico, permitindo-lhes serem crianças ou adolescentes. Mas como é possível ter uma relação afectiva válida? É necessário que os pais ouçam os seus filhos, que os compreendam, que entrem no seu mundo e que partilhem, façam com eles. Que pais e filhos se permitam a uma relação próxima, de intimidade, onde haja empatia, confiança e segurança.
Existem quatro ambientes familiares distintos que se definem pelos comportamentos, crenças, atitudes e pensamentos de pais e filhos. São os ambientes: permissivo, abandónico, autoritário e orientador. O ambiente permissivo define-se pela quase anulação da função e responsabilidade parental, sendo que os pais abdicam do seu poder, não impõem regras ou limites, exigem muito pouco e dão muita liberdade aos filhos, enfim onde tudo é aceite e permitido aos filhos. Este ambiente torna os filhos confusos, sentindo-se rejeitados, dependentes e inseguros, com baixa auto-estima e baixo auto-controlo. No ambiente abandónico é dado pouco ênfase aos sentimentos dos filhos, os pais não se envolvem na vida dos seus filhos, criando nas crianças e adolescentes a sensação de que os seus sentimentos estão errados, tendo portanto dificuldades em lidar com as emoções e em verbalizá-las. No ambiente autoritário prevalece o controlo excessivo, a imposição de regras rígidas, o uso da punição e a dificuldade em compreender os sentimentos dos filhos. Como consequência deste estilo familiar, surgem nas crianças e nos adolescentes a insegurança, o medo, a culpa, a rejeição, a baixa auto-estima, a desconfiança e a insatisfação. Neste ambiente, os filhos procuram estratégias para não serem punidos, têm pouca autonomia e sentem dificuldade em assumir responsabilidades.
Por oposição a estes três ambientes familiares, está o ambiente orientador, no qual os filhos são valorizados, tratados com respeito, sendo-lhes incutida responsabilidade, sendo encorajados a tomar decisões e a reflectir sobre elas. Neste contexto, há firmeza e consistência no cumprimento de regras, o poder é controlado pelos pais, mas partilhado com os filhos, as punições são limitadas e sensatas, havendo espaço à negociação. Promovem-se as tentativas de resolução de problemas, os sentimentos e as emoções dos filhos são respeitados e estimulados a serem expressos.
De uma forma muito geral, no ambiente orientador há comunicação e diálogo entre pais e filhos, o que promove uma melhor interacção com os pares e menor probabilidade dos filhos apresentarem problemas de comportamento; há o respeito pela individualidade, os pais aceitam verdadeiramente os gostos e interesses dos filhos; há uma participação activa por parte dos pais na vida dos seus filhos. Como? Através do conhecimento e acompanhamento das principais actividades dos filhos e através do envolvimento verdadeiro nas questões da escola, do lazer e dos amigos.
Como resultado destes comportamentos e atitudes por parte dos pais há a valorização dos filhos, permitindo-lhes que se sintam seguros, amados e motivados para colaborar, sabendo o que é esperado deles, são autónomos, com confiança, auto-controlo e auto-estima positiva, são assertivos, responsáveis, disciplinados, com iniciativa para explorar o que os rodeia.
Em jeito de síntese, poderemos distinguir os pais que educam por obrigação daqueles que o fazem por vocação, sendo que estes últimos mantêm uma atitude pró-activa em relação aos seus filhos, compreendendo as suas dificuldades e ansiedades, ajudando a organizar o pensamento sobre as decisões, promovendo a confiança nas suas capacidades e decisões. Ajudar um filho a crescer e a desenvolver-se de forma saudável e feliz não implica ser-se demasiado brando ou demasiado rígido com ele, sendo que o equilíbrio é o melhor caminho para a educação de um filho. Os pais que o são por vocação têm a capacidade de identificar os erros que cometem na educação dos seus filhos, estando disponíveis e aptos a corrigi-los e a mudar rapidamente, sempre em prol do crescimento e desenvolvimento saudável dos seus filhos.

Veja aqui a nossa sugestão de leitura sobre esta temática...

Os castigos

Elisabete Condesso
Psicóloga Clínica / Psicoterapeuta / Ludoterapeuta / Formadora






A pergunta que muitos pais e educadores fazem na hora de aplicar regras e limites às suas crianças é: “O que fazer quando a criança não cumpre? O que é adequado fazer e o que se deve evitar”. Neste artigo são apresentadas algumas estratégias educativas tendo em vista o desenvolvimento harmonioso da estrutura psicológica da criança, nomeadamente, são apresentados critérios para resolver as situações excepcionais, isto é, como aplicar os castigos, tendo em vista aumentar a eficácia da sua aplicação. Além disso, é apresentada a base educativa que tem como pilares fundamentais o afecto, a responsabilidade e a confiança, que pode tornar praticamente desnecessária a aplicação de castigos.

No nosso outro artigo «Regras e Limites – apreender a dizer ‘Não’» abordamos o essencial sobre a importância para a criança de uma clara definição de directrizes de modo a deixar bem claro a diferença entre o que é certo e errado, entre o bem e o mal. Referiu-se a importância da criança iniciar esta aprendizagem desde pequena de modo a desenvolver harmoniosamente a sua estrutura psicológica para a vida adulta. Foi enfatizado que nesta aprendizagem, o papel de pais e educadores é fundamental e que eles devem assumir na íntegra o seu papel educativo. Foi ainda referido que os pais devem reprimir as acções incompatíveis, quando necessário.
Mas, a pergunta que muitos pais fazem é «Que fazer quando a criança não cumpre? O que é correcto fazer e o que não se deve fazer?» Este artigo dá algumas recomendações.
O castigo como estratégia educativa e último recurso
O castigo é uma estratégia educativa bastante generalizada, dado que mostra ser um poderoso elemento dissuasor que actua em direcção ao controlo do comportamento que se deseja evitar, em face da expectativa das consequências negativas, ou simplesmente da ameaça de perder algum privilégio de que se goza.
Pais e educadores têm que encontrar o castigo adequado à criança, sabendo que o importante não é o castigo em si, mas o que é comunicado através dele. Além disso, os castigos devem ser proporcionais ao acto cometido e não se deve cair em excessos.
Pais e educadores devem encarar o castigo como último recurso a aplicar, ou seja, deve ser aplicado quando os restantes já fracassaram. Por isso, quando tivermos que aplicar um castigo, devemos sempre questionar-nos sobre se teremos posto correctamente em prática todas as alternativas possíveis e analisar o que terá fracassado. Assim, de modo a evitar o castigo de amanhã, teremos que por em prática uma estratégia de prevenção, que passa pela educação da criança assente na autoridade e compreensão, na paciência, e no autocontrolo. Se queremos educar os nossos filhos de modo que sejam capazes de controlar as suas emoções, devemos começar por aprender a controlar as nossas. Devemos repreender com firmeza e com toda a calma.
Castigos físicos e suas consequências
Muitos pais questionados sobre o que fazer quando a criança não cumpre as regras definidas, referem o uso de castigos físicos como o procedimento rotineiro e habitual. Este procedimento encontra-se muito enraizado na nossa sociedade, não sendo percebido por quem o pratica como violência, tendo mesmo uma larga aceitação social, inclusive nos meios mais intelectuais. Nalguns meios sociais é frequente a sociedade cobrar dos pais e familiares a adopção desta prática como meio de aceitação social no grupo a que pertence, e inclusive, tal prática chegar a ser motivo de vanglória. Verifica-se também que mesmo as crianças que sofrem o castigo, incorporando os valores culturais, não encararam o castigo como violência, pois aprendem precocemente, que é “normal” ou até “desejável” apanhar dos pais.
Do ponto de vista da ciência e cada vez mais dos profissionais que se ocupam com a criança, em particular dos psicólogos, os castigos físicos são tidos como violência. Este facto tem como base os estudos e observações que mostram os riscos e sequelas desta prática para a criança. Esses estudos têm mostrado os efeitos nocivos, às vezes mesmo catastróficos, sobre o desenvolvimento afectivo, social e cognitivo da criança, com graves repercussões na vida adulta. A qualidade de vida da criança sai prejudicada, na medida que o direito ao respeito, à dignidade, integridade física e moral, ficam seriamente comprometidos.
Mais ainda, os mesmos estudos mostram que os limites tolerados de intensidade, frequência e formas de castigo físico variam muito entre grupos sociais e famílias. As simples palmadas coexistem com agressões, sendo justificadas da mesma forma, «a necessidade educativa». É que, frequentemente, quando o castigo físico não traz os resultados desejados pelo educador, a tendência é o aumento de intensidade e frequência levando a um ciclo vicioso que pode desembocar em situações trágicas. O acto de bater resvala, assim, para além dos limites colocados pelo próprio educador, sendo aplicado o castigo de forma descontrolada, mais como alívio para quem bate do que como meio disciplinar. Por vezes, a criança identifica esse acto como humilhante, encontrando forças para enfrentar os pais, dizendo “nem doeu”. Esta atitude, embora constitua uma forma de defesa e de grito de alerta da criança para algo que não está bem, pode redundar muitas vezes em mais agressão. Portanto, o que muitos pais convencionam chamar de simples “palmadas” pode resultar em agressões violentas.
Para além deste aspecto, a punição física como meio de imposição de um castigo tem consequências a vários níveis:
·         Esta prática tem conduzido à aprendizagem de técnicas de aversão em vez de técnicas de reforço positivo. Estudos mostram a ineficácia da punição corporal, pois têm como base o princípio de qualquer punição: não mostra o que deve ser feito, apenas o que não deve; a punição enfoca o erro e não ensina o certo.
·         As respostas emocionais geradas pela punição (choro, medo, ansiedade, raiva) podem levar ao aparecimento, por meio do condicionamento operante ou pavloviano, das mesmas respostas emocionais em outras ocasiões não punitivas. Por exemplo, a punição de mentir pode levá-la a apresentar os mesmos comportamentos emocionais da punição (choro, rubor, suor) em situações em que simplesmente se expressa verbalmente.
·         A criança pode simplesmente passar a fugir e/ou evitar o agente punidor, de modo a evitar ou reduzir a estimulação de aversão, ou seja, há o condicionamento de comportamentos de fuga e esquiva (por meio do reforço negativo). Assim, os comportamentos inadequados continuam no repertório comportamental da criança, mas deixam de ser punidos quando ela esconde-se ou mente para os seus pais.
·         Pode ocorrer um aspecto que é o fenómeno de desamparo apreendido. Se as punições, especialmente corporais, não são contingentes e dependem do humor dos pais, pode acontecer que ocorra o fenómeno de desamparo, e a criança simplesmente não saiba o que fazer, não saiba qual a resposta que deverá ser emitir para evitar as punições. Esta situação pode ser extremamente grave na transição para a vida adulta, pois este comportamento pode generalizar-se para outras situações de aversão.
·         Um outro aspecto tem a ver com a associação entre a dor que a criança sente, na aplicação da punição corporal, e o amor em relação aos seus pais, pois geralmente a punição corporal é acompanhada por um discurso dos pais que amam a criança e que batem para o bem dela. Assim, o emparelhamento de estímulos e a associação entre a dor e o amor, ensina a criança a usar o mesmo método em outras situações da sua vida, ou ainda, a suportar situações de aversão e disfunção que deveriam ser reprimidas, evitadas e terminadas.
·         Um último aspecto é o círculo vicioso que se estabelece com esta prática, dado que punir é reforçador tanto para pais quanto para os filhos, reforçando o comportamento de quem pune e, portanto, ajudando a manter tal comportamento, levando ao perpetuar de métodos e comportamentos para a vida adulta.
Em conclusão, é justamente pelo desconhecimento que muitos pais impõem castigos físicos, pois consideram ser a melhor forma de disciplinar os seus filhos. Porém, como foi referido, esta cultura da punição física como meio de castigo, tem efeitos muito nocivos, pelo que deve ser “desconstruída” para dar lugar a formas educacionais menos lesivas para a criança.
Disciplinar com eficácia e com base no reforço positivo
Mas, neste caso, impõe-se fazer a seguinte pergunta: “o que fazer, neste caso, para disciplinar as crianças?” De acordo com os estudos mais recentes, a definição de “disciplina” encontra-se no campo de guiar e influenciar, pois sugere a produção de comportamentos mais desejados. Assim, disciplinar é ajudar uma criança a desenvolver o seu auto-controlo, estabelecer limites, ensinar comportamentos adequados e corrigir os inapropriados. Disciplinar também envolve o encorajamento da criança, ajudando-a a desenvolver a sua auto-estima e autonomia, ou seja, a prepará-la para enfrentar o mundo sem necessitar de emitir comportamentos que simplesmente evitam as punições e coerções e que são uma solução inaceitável para a resolução dos problemas.
Os pais actuais devem ter acesso ao conhecimento de outras práticas educativas mais eficazes para criar e manter um repertório de comportamentos adequados. Devem fazer uso da disciplina positiva (uso de reforçadores) de forma sistemática, impor e estabelecer regras e limites de forma consistente e lógica, exercer uma supervisão constante, estabelecer modelos positivos, incentivar à autonomia da criança e fortalecimento da sua auto-estima, pelo que não sobrará muito espaço para a ocorrência de comportamentos inadequados significativos. Os poucos que possam surgir poderão ser resolvidos com estratégias menos dolorosas e indignas do que as punições corporais.
O castigo, como forma de resolver as situações excepcionais, deve ser aplicado tendo em consideração alguns critérios, de modo a aumentar a sua eficácia:
·         O castigo deve ser aplicado depois de se experimentarem outras estratégias alternativas, isto é, como último recurso, e deve ser considerado como algo excepcional. Assim, os pais devem dedicar um esforço prévio no reforço ou recompensa do comportamento adequado, naquelas ocasiões em que tivesse sido possível fazê-lo. Não confundir esta situação de recompensa com atitude de “suborno”, do género: “se não bateres na tua irmã, trago-te uma prenda …”. Há coisas que têm que se fazer por si e não a troco de um presente.
·         Além disso, não se deve aplicar de forma generalizada, sistemática e frequente, mas de forma pontual e não reinteractiva.
·         Não deve humilhar a criança, rebaixá-la ou ferir-lhe os sentimentos e a auto-estima. Por exemplo, deve-se repreender uma criança evitando a exposição pública, levando-a para uma zona neutra até que se acalme e esteja disposto a fazer o que lhe pedimos.
·         O castigo deve retirar um benefício por um tempo (por exemplo, não ir a certos lugares, não comprar uma coisa, não ver televisão, não usar um brinquedo) ou deve ensinar alguma coisa que esteja relacionada com o comportamento que se pretende corrigir (por exemplo, se a criança deixa os brinquedos espalhados pelo chão, deverá ser aplicado um castigo que a ensine a ter as suas coisas arrumadas).
·         Os pais devem estar de acordo acerca do castigo a aplicar, quer da oportunidade, quer do sentido.
·         O comportamento dos pais deve ser um exemplo para a criança. Por exemplo, não se deve castigar uma criança por dizer asneiras ou insultos, ou por mentir e enganar os outros, quando este comportamento é frequente nos próprios pais.
·         A criança tem que saber que determinado comportamento é inadequado e quais as consequências que podem derivar do não cumprimento, isto é, a criança devem ser avisada.
·         A criança tem que perceber o castigo como uma consequência manifesta de um determinado comportamento que se quer corrigir, isto é, deve existir uma relação clara causa-efeito.
·         O castigo deve ser personalizado, individualizado, adequando a cada criança. Um castigo colectivo dificilmente será justo, pois não iria responsabilizar a criança acerca do seu próprio comportamento, diluindo a responsabilidade.
·         Para ser eficaz, o castigo deve ser imediato, aplicado no momento após a ocorrência do comportamento inadequando, de modo a que a criança possa associar claramente o comportamento com o resultado adverso. Demorar o castigo com frases do tipo “verás quando o teu pai chegar …” pode originar: 1) cria temor ou ressentimento em relação à figura paterna, tornando apenas o pai o “mau”; 2) ou poderá originar medo das consequências que na maior parte das vezes acabam por não acontecer, tornando o castigo totalmente ineficaz.
·         No entanto, o castigo não se deve fixar ou aplicar a “quente”, como vingança ou acompanhado de sentimentos de ódio e rejeição pessoal, isto é, deve ser aplicado com serenidade.
·         O castigo deve ser justo, equilibrado, proporcional aos danos que ocasionaram. Além disso, deve-se pensar no modo prático de aplicar o castigo, pois a sua aplicação deve ser realista e fazível.
·         Antes de aplicar o castigo, os pais devem assegurar-se de que a criança conhece e sabe executar correctamente o comportamento que é considerado adequado.
·         E, por fim, uma vez acordado e estabelecido um castigo, deve ser cumprido e executado, e a criança deve compreender que não se trata de uma ameaça. Deve-se evitar admoestações repetitivas do tipo “da próxima vez”, que acabam por não ser credíveis e serem totalmente ineficazes.
Em resumo, o castigo perde a sua validade se for aplicado de modo inconsistente. No entanto, torna-se bastante eficaz quando é aplicado de forma coerente e racional, exercendo um efeito preventivo e correctivo.
Conclusão
O castigo é uma estratégia educativa bastante generalizada, em que o fundamental é o diálogo que se estabelece entre os educadores e a criança, pois pressupõe a participação activa de ambas as partes no processo educativo. Assim, mais importante do que o castigo em si é o que é comunicado através dele.
O castigo deve ser o último recurso a aplicar, quando outros métodos alternativos fracassaram. Por isso, de modo a evitar o recurso ao castigo, deve-se apostar numa estratégia preventiva que passa pela educação baseada na autoridade e compreensão, na paciência e no autocontrolo. Além disso, a base educativa deve ter como pilares fundamentais o afecto, a responsabilidade e a confiança, que pode tornar praticamente desnecessária a aplicação de castigos.

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